Neste dia especial, a Igreja celebra a memória de São Bonifácio, bispo e mártir, reconhecido por seu zelo missionário e coragem ao anunciar o Evangelho mesmo diante da perseguição. A liturgia da Quinta-feira da 7ª Semana da Páscoa nos convida a meditar sobre a unidade, a esperança na ressurreição e o testemunho fiel a Cristo, inspirados pelo exemplo de Paulo e pelas palavras de Jesus.

Leituras: At 22,30;23,6-11 / Sl 15(16),1-2a e 5.7-8.9-10.11 (R. 1) / Jo 17,20-26

Cor: Vermelho

PRIMEIRA LEITURA

Primeira Leitura (At 22,30;23,6-11)

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias: 30 querendo saber com certeza por que Paulo estava sendo acusado pelos judeus, o tribuno soltou-o e mandou reunir os chefes dos sacerdotes e todo o conselho dos anciãos. Depois fez trazer Paulo e colocou-o diante deles. 23,6 Sabendo que uma parte dos presentes eram saduceus e a outra parte eram fariseus, Paulo exclamou no conselho dos anciãos: “Irmãos, eu sou fariseu e filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da nossa esperança na ressurreição dos mortos”. 7 Apenas falou isso, armou-se um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia se dividiu. 8 Com efeito, os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, enquanto os fariseus sustentam uma coisa e outra. 9 Houve, então, uma enorme gritaria. Alguns doutores da Lei, do partido dos fariseus, levantaram-se e começaram a protestar, dizendo: “Não encontramos nenhum mal neste homem. E se um espírito ou anjo tivesse falado com ele?” 10 E o conflito crescia cada vez mais. Receando que Paulo fosse despedaçado por eles, o comandante ordenou que os soldados descessem e o tirassem do meio deles, levando-o de novo para o quartel. 11 Na noite seguinte, o Senhor aproximou-se de Paulo e lhe disse: “Tem confiança. Assim como tu deste testemunho de mim em Jerusalém, é preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

SALMO

Responsório Sl 15(16),1-2a e 5.7-8.9-10.11 (R. 1)

– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor”. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! 

– Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo. 

– Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção. 

– Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado! 

EVANGELHO

Evangelho (Jo 17,20-26)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Para que todos sejam um, diz o Senhor, como tu estás em mim e eu em ti, para que o mundo possa crer que me enviaste.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20 “Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21 para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24 Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste. 26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

REFLEXÃO

Neste dia especial, a Igreja celebra a memória de São Bonifácio, bispo e mártir, reconhecido por seu zelo missionário e coragem ao anunciar o Evangelho mesmo diante da perseguição. A liturgia da Quinta-feira da 7ª Semana da Páscoa nos convida a meditar sobre a unidade, a esperança na ressurreição e o testemunho fiel a Cristo, inspirados pelo exemplo de Paulo e pelas palavras de Jesus.

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos (At 22,30;23,6-11)

No relato dos Atos dos Apóstolos, vemos Paulo diante do conselho dos anciãos, sendo acusado injustamente. Com sabedoria, ele destaca sua esperança na ressurreição dos mortos, causando divisão entre fariseus e saduceus, pois tinham crenças distintas. Mesmo em meio à confusão e ao perigo, Paulo recebe do próprio Senhor uma palavra de conforto: “Tem confiança. Assim como tu deste testemunho de mim em Jerusalém, é preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma”. Esse momento revela que, apesar das adversidades, Deus permanece próximo, sustentando e orientando seus escolhidos.

Evangelho: João (Jo 17,20-26)

No Evangelho, Jesus continua sua profunda oração ao Pai, estendendo sua súplica não apenas aos discípulos presentes, mas a todos os que viriam a crer Nele ao longo dos séculos. Seu maior desejo é a unidade: “Para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti”. Jesus pede que a comunhão e o amor sejam sinais visíveis de sua presença no mundo, para que todos possam crer e reconhecer o amor de Deus. Ele deseja que todos experimentem a glória divina e o amor que existia antes mesmo da criação.


Reflexão: Unidade e Coragem no Testemunho

A Quinta-feira da 7ª Semana da Páscoa nos inspira a renovar a confiança em Deus mesmo diante dos conflitos e divisões. São Paulo, mesmo perseguido, não renuncia à sua missão e testemunha com firmeza a esperança na ressurreição. Esse exemplo nos chama a sermos perseverantes e corajosos, confiando sempre que Deus caminha conosco.

No Evangelho, Jesus revela que a unidade é fruto do amor verdadeiro. A comunhão entre os cristãos não é um simples acordo humano, mas uma graça que nasce da intimidade com Deus. Quanto mais nos deixamos envolver pelo amor de Cristo, mais nos tornamos sinal de unidade no mundo.

Celebrar São Bonifácio neste contexto é recordar que a missão da Igreja é construída com coragem, fidelidade e abertura à ação do Espírito Santo. Que, como ele, possamos ser instrumentos de paz, união e esperança, tornando presente o Reino de Deus onde estivermos.