Neste dia especial, a Igreja celebra a memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Com delicadeza e profundidade, a liturgia nos convida a contemplar o papel maternal de Maria na vida da comunidade cristã, recordando que, aos pés da cruz, ela nos foi dada como mãe espiritual, tornando-se exemplo de oração, fidelidade e cuidado para todos os discípulos de Jesus.

Leituras: Gn 3,9-15.20 ou Atos dos Apóstolos (1,12-14) / Sl 86(87),1-2.3 e 5.6-7 (R. 3) / Jo 19,25-34

PRIMEIRA LEITURA

Primeira Leitura (Gn 3,9-15.20)

Leitura do Livro do Gênesis

Depois que Adão comeu do fruto da árvore, 9 o Senhor Deus o chamou, dizendo: “Onde estás?” 10 E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. 11 Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” 12 Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13 Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. 14 Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20 E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes.

Palavra do Senhor.

Graças a Deus.

Ou:

Leitura dos Atos dos Apóstolos (1,12-14)

Depois que Jesus subiu ao céu, 12 os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. 13 Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. 14 Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

SALMO

Responsório Sl 86(87),1-2.3 e 5.6-7 (R. 3)

– Dizem coisas gloriosas da Cidade do Senhor.

– Dizem coisas gloriosas da Cidade do Senhor.

– O Senhor ama a cidade que fundou no Monte santo; ama as portas de Sião mais que as casas de Jacó.

– Dizem coisas gloriosas da Cidade do Senhor. De Sião, porém, se diz: “Nasceu nela todo homem; Deus é sua segurança”.

– Deus anota no seu livro, onde inscreve os povos todos: “Foi ali que estes nasceram”. Por isso todos juntos a cantar se alegrarão; e, dançando, exclamarão: “Estão em ti as nossas fontes!”.

EVANGELHO

Evangelho (Jo 19,25-34)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Ó feliz Virgem, que geraste o Senhor; ó santa Mãe da Igreja, que nos alimenta com o Espírito do teu Filho, Jesus Cristo.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 25 perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. 27 Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. 29 Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30 Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

REFLEXÃO

Neste dia especial, a Igreja celebra a memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja. Com delicadeza e profundidade, a liturgia nos convida a contemplar o papel maternal de Maria na vida da comunidade cristã, recordando que, aos pés da cruz, ela nos foi dada como mãe espiritual, tornando-se exemplo de oração, fidelidade e cuidado para todos os discípulos de Jesus.

Primeira Leitura: Gênesis (Gn 3,9-15.20) ou Atos dos Apóstolos (1,12-14)

O Livro do Gênesis nos recorda a origem da humanidade e da promessa de redenção. Após o pecado original, Deus anuncia uma mulher cuja descendência venceria o mal, indicando já a figura de Maria, mãe do Salvador e mãe de todos os viventes.
Na alternativa dos Atos dos Apóstolos, vemos Maria em oração junto aos apóstolos após a ascensão de Jesus. Ela, perseverante e unida à comunidade, é presença de esperança e intercessão na vida da Igreja nascente.

Evangelho: João (Jo 19,25-34)

O Evangelho de hoje nos conduz ao momento mais profundo do amor de Cristo: sua entrega total na cruz. Ali, ao ver sua mãe e o discípulo amado, Jesus entrega Maria como mãe da humanidade: “Mulher, este é o teu filho”; e ao discípulo, “Esta é a tua mãe”. A partir desse instante, Maria é acolhida como mãe na casa do discípulo, representando toda a Igreja. Ela permanece fiel até o fim, sustentando com seu amor materno cada um de nós.


Reflexão: Maria, Modelo e Mãe de Todos os Cristãos

Celebrar a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja é reconhecer que Maria, além de mãe de Jesus, foi escolhida por Deus para ser mãe de todos os que creem. Seu sim generoso não terminou em Belém ou em Nazaré, mas se estende, com ternura, à vida da Igreja de todos os tempos. Aos pés da cruz, Maria se faz solidária com as dores e esperanças da humanidade, acolhendo cada filho e filha que a ela recorre.

Maria nos ensina a caminhar com confiança, mesmo em meio às tribulações. Como no cenáculo, ela permanece em oração, intercedendo por nós e fortalecendo a comunhão dos discípulos. Seu exemplo de silêncio, escuta, serviço e perseverança nos inspira a viver nossa fé com mais amor, humildade e entrega.

Neste dia, peçamos à Virgem Maria, Mãe da Igreja, que nos ajude a sermos uma Igreja unida, acolhedora e missionária, marcada pelo amor materno que gera vida nova e esperança para o mundo.