Celebramos hoje o nascimento de João Batista, aquele que precede o Messias, nascido para preparar o povo para Jesus, conforme as promessas messiânicas.

📖 Leituras do Dia

1ª Leitura – Isaías 49,1‑6
Deus chama o Servo desde antes do seu nascimento para ser luz das nações e levar a salvação até os confins da terra

Salmo Responsorial – Sl 138(139),1‑3.13‑15 (R.14a)
“Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!”

2ª Leitura – Atos dos Apóstolos 13,22‑26
Paulo lembra que, após Davi, Deus prometeu o Salvador Jesus, e que João batizava preparando o caminho

Evangelho – Lucas 1,57‑66.80
Narra o nascimento de João, a escolha do nome e como ele cresceu no deserto até iniciar sua missão

Celebrar o nascimento de São João Batista é recordar que Deus, em sua providência, guia a história da salvação com detalhes cheios de ternura e mistério. João não nasce por acaso. Seu nascimento é preparado, anunciado e celebrado como um sinal da misericórdia de Deus (cf. Lc 1,57-66).

João é aquele cuja vida inteira aponta para o Outro. Não busca glória própria, mas reconhece: “Ele deve crescer e eu diminuir” (Jo 3,30). Sua existência é dom e missão: ser voz que clama no deserto, preparando os corações para a chegada de Jesus.

No silêncio do deserto, João amadurece sua fé, aprende a escutar Deus no mais íntimo do coração. Só assim, fortalecido e vazio de si, pode ser cheio do Espírito e anunciar com autoridade a vinda do Salvador. Sua identidade não está no que os outros dizem, mas no chamado de Deus: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo” (Lc 1,76).

A escolha do nome, contrariando tradições familiares, revela o novo que Deus faz surgir. A obediência à palavra rompe expectativas humanas, abre portas para o inesperado de Deus.

Esta festa nos recorda que cada um de nós tem uma missão única. Como João, somos chamados a preparar caminhos, apontar para Cristo, ser luz nas realidades de trevas, mesmo sem aplausos ou reconhecimento. Nossa alegria está em saber que Deus nos conhece, nos chama pelo nome e nos confia uma tarefa irrepetível.


O que podemos contemplar:

  • Deus nos conhece e nos chama desde o ventre (cf. Is 49,1) — nosso valor não depende de cargos ou funções, mas do olhar amoroso do Pai.
  • O silêncio e a espera são fecundos: preparam-nos para servir com autenticidade, não por obrigação, mas por amor.
  • Somos convidados a ser “ponte” para o encontro dos outros com Jesus, não protagonistas da história, mas humildes servidores.

Perguntas para nosso coração:

  1. Estou disposto(a) a abrir mão de protagonismo para que Cristo apareça mais em minha vida e nos ambientes em que vivo?
  2. Em que “desertos” (momentos de solidão ou dificuldade) Deus tem me amadurecido e preparado para servir melhor?
  3. Como posso ser hoje um “precursor” de Jesus, preparando caminhos de fé, esperança e reconciliação ao meu redor?

Oração de súplica e gratidão

Deus de bondade,
nós Te agradecemos porque, como João Batista, também fomos chamados desde antes de nascer para viver no Teu amor. Ajuda-nos a acolher nosso nome e missão com humildade, preparando o caminho para que Jesus seja conhecido, amado e seguido. Dá-nos coragem para viver o silêncio fecundo, a alegria do serviço, e a coragem de sermos luz no mundo. Faze crescer em nós o desejo de sermos, cada dia, sinal da Tua presença e esperança para quem encontramos. Amém.