Neste sábado, a liturgia nos chama a um instante de recolhimento e abertura do coração. A Palavra de Deus nos convida a confiar em sua providência, mesmo em tempos de insegurança, e a sermos autênticos seguidores de Cristo. Diante dos desafios, a fé nos sustenta e nos anima a continuar, sabendo que o Senhor caminha ao nosso lado e não abandona os que n’Ele confiam. Que este momento de escuta da Palavra nos ajude a crescer na vigilância, na confiança e na entrega generosa ao chamado de Deus.

Leitura do Livro do Gênesis (Gn 49,29-33;50,15-26a)

Naqueles dias, Jacó deu esta ordem aos seus filhos:
“Eu vou ser reunido aos meus.
Enterrai-me junto de meus pais, na caverna que está no campo de Efrom, o hitita,
na caverna do campo de Macpela, diante de Mambré, na terra de Canaã;
o campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade funerária.
Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, Isaac e Rebeca, sua mulher, e ali enterrei Lia”.
Quando Jacó terminou de dar instruções aos filhos, recolheu os pés sobre o leito e expirou, sendo reunido aos seus.
Vendo que o pai tinha morrido, os irmãos de José disseram:
“E se José guardar rancor contra nós e quiser vingar todo o mal que lhe fizemos?”
Então mandaram dizer a José:
“Antes de morrer, teu pai pediu-nos que te fizéssemos este pedido:
‘Perdoa o crime de teus irmãos e o seu pecado, pois te fizeram mal!’ Agora, pois, te pedimos: perdoa o crime dos servos do Deus de teu pai!”
Ao ouvir isso, José chorou.
Seus irmãos foram pessoalmente atirar-se a seus pés e disseram:
“Somos teus escravos!”
Mas José respondeu:
“Não temais. Estaria eu no lugar de Deus? Vós pensastes fazer mal contra mim, mas Deus transformou-o em bem, para dar vida a um povo numeroso, como vedes agora.
Portanto, não temais! Eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos”.
E assim os consolou, falando-lhes com carinho.
José permaneceu no Egito, com toda a família de seu pai, e viveu cento e dez anos.
Viu os filhos de Efraim até a terceira geração, e também os filhos de Maquir, filho de Manassés, que nasceram sobre seus joelhos.
José disse aos irmãos:
“Eu vou morrer. Deus vos visitará e vos fará sair desta terra para a terra que jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó”.
E fez os filhos de Israel jurarem, dizendo:
“Quando Deus vos visitar, levai daqui os meus ossos”.
E José morreu com a idade de cento e dez anos.


Salmo Responsorial

Salmo 104(105),1-2.3-4.6-7 (R: cf. 1a)

R: O Senhor jamais esquece suas promessas!

  1. Dai graças ao Senhor, gritai seu nome,
    anunciai entre os povos seus grandes feitos!
    Cantai, entoai salmos para ele,
    publicai todas as suas maravilhas!
  2. Gloriai-vos em seu nome que é santo,
    exulte o coração que busca a Deus!
    Procurai o Senhor Deus e seu poder,
    buscai constantemente a sua face!
  3. Descendentes de Abraão, seu servidor,
    e filhos de Jacó, seu escolhido,
    ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus,
    vigoram suas leis em toda a terra.

Evangelho

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (Mt 10,24-33)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
“O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor.
Para o discípulo basta ser como o seu mestre, e para o servo ser como o seu senhor.
Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares!
Não tenhais medo deles.
Pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido.
O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia;
o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados!
Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma.
Antes, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno.
Não se vendem dois pardais por algumas moedas?
No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai.
Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados.
Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.
Portanto, todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos céus.
Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus”.


Meditação sobre as Leituras

A liturgia deste sábado fala de confiança e perdão. José, diante do temor de seus irmãos, não revida o mal, mas acolhe com generosidade e fala ao coração, mostrando que Deus transforma até mesmo o sofrimento em bênção e vida nova.
O salmo reforça a certeza de que o Senhor nunca esquece suas promessas, acompanha e sustenta o seu povo.
No Evangelho, Jesus pede coragem aos seus discípulos: não temer o julgamento dos homens, mas confiar no amor e na providência do Pai. Somos convidados a sermos autênticos, proclamando a fé com coragem, sabendo que estamos sempre nas mãos de Deus.
Que a Palavra de hoje nos fortaleça na confiança, na vigilância e na fidelidade ao Evangelho.


Oração Final

Senhor Deus,
aumenta nossa confiança em tua providência e enche nosso coração de coragem para te testemunhar sem medo.
Que saibamos perdoar como José, proclamar tua Palavra com alegria e viver cada dia sob o olhar amoroso do Pai.
Sustenta-nos na fidelidade e faz de nós sinais vivos do teu amor no mundo.
Amém.