Neste domingo, a liturgia nos convida a um tempo de silêncio interior, de escuta atenta e de abertura ao mistério do Reino de Deus. Os textos sagrados falam do cuidado amoroso de Deus, do chamado à vigilância e da confiança em sua presença, mesmo quando a vida apresenta desafios e ambiguidades. O Senhor é paciente, sabe esperar o tempo de amadurecimento e age com misericórdia para salvar. Que esta Palavra inspire o nosso dia, ilumine as escolhas e conduza cada um de nós a viver com mais esperança, autenticidade e confiança no projeto de Deus.
Primeira Leitura
Leitura do Livro da Sabedoria (Sb 12,13.16-19)
Não há, além de ti, outro Deus que cuide de todas as coisas,
para que devas mostrar que não julgas injustamente.
Tua força é o princípio da tua justiça,
e o teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente.
Mostras a tua força a quem não crê na perfeição do teu poder
e, nos que te conhecem, castigas o abuso da confiança.
Mas, dominando tua própria força, julgas com clemência
e nos governas com grande consideração,
pois, a teu dispor, está o poder, quando queres.
Agindo assim, ensinaste a teu povo que o justo deve ser humano,
e a teus filhos deste a esperança de que, após o pecado, dás lugar ao arrependimento.
Salmo Responsorial
Salmo 85(86),5-6.9-10.15-16a (R: 5a)
R: Ó Senhor, sois bom e clemente.
- Ó Senhor, sois bom e clemente,
rico em misericórdia para quantos vos invocam.
Escutai, Senhor, a minha oração,
atendei a voz do meu súplice clamor! - Todas as nações que criastes virão adorar-vos
e dar glória ao vosso nome, ó Senhor!
Porque sois grande e operais maravilhas:
vós somente sois Deus e Senhor! - Mas vós, Senhor, Deus de bondade e compaixão,
lento para a cólera, cheio de amor e verdade,
olhai para mim e tende piedade.
Segunda Leitura
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8,26-27)
Irmãos, o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza,
pois não sabemos o que pedir, nem orar como convém.
Mas o próprio Espírito intercede em nosso favor com gemidos inefáveis.
E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito:
pois é sempre segundo Deus que ele intercede em favor dos santos.
Evangelho
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (Mc 13,24-43)
Naquele tempo, Jesus disse à multidão:
“O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo.
Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora.
Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio.
Os empregados foram procurar o dono e disseram:
‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’
Ele respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’.
Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’
O dono respondeu: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo.
Deixai crescer um e outro até a colheita.
No tempo da colheita, direi aos ceifadores:
Arrancai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado.
Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro’”.
E Jesus contou-lhes outra parábola:
“O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo.
Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce fica maior do que as outras plantas e torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”.
Jesus contou-lhes ainda outra parábola:
“O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões.
Nada lhes falava sem usar parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta:
“Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo”.
Então Jesus deixou as multidões e foi para casa.
Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram:
“Explica-nos a parábola do joio do campo”.
Jesus respondeu:
“Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem.
O campo é o mundo.
A boa semente são os que pertencem ao Reino.
O joio são os que pertencem ao Maligno.
O inimigo que semeou o joio é o diabo.
A colheita é o fim dos tempos.
Os ceifadores são os anjos.
Assim como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos:
O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal;
e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes.
Então os justos brilharão como o sol no Reino do Pai.
Quem tem ouvidos, ouça”.
Meditação sobre as Leituras
A liturgia deste domingo nos ensina sobre paciência, misericórdia e esperança. Deus é justo, mas acima de tudo é compassivo, dando tempo para o amadurecimento e a conversão de cada um. O Espírito Santo é nosso auxílio, mesmo quando não sabemos rezar, Ele intercede por nós diante do Pai.
O Evangelho apresenta as parábolas do joio e do trigo, do grão de mostarda e do fermento. Jesus nos lembra que o bem e o mal crescem juntos no mundo, mas Deus, com sabedoria e paciência, cuida do crescimento do seu povo. Somos convidados a não julgar, mas a confiar, cultivar o bem, esperar o tempo certo da colheita e permitir que o Reino de Deus cresça em nossa vida e nas pequenas atitudes do dia a dia.
Oração Final
Senhor Deus,
ensina-nos a paciência diante das adversidades,
dá-nos um coração misericordioso e vigilante,
capaz de esperar o tempo do amadurecimento e da colheita.
Que teu Espírito nos ajude a crescer como trigo bom em teu campo
e a ser fermento de esperança, paz e bondade neste mundo.
Acolhe nossas fraquezas e faz brilhar em nós a luz do teu Reino.
Amém.
